Why is "Meu coração acelera e eu sozinha aqui" correct? For the "eu sozinha aqui", shouldn't it be "estou sozinha aqui" because the speaker should be using the verb "estar"?
It's from this part of "A Noite" by Tiê: https://youtu.be/5EE-31DmLZ0?t=45s
Why is "Meu coração acelera e eu sozinha aqui" correct? For the "eu sozinha aqui", shouldn't it be "estou sozinha aqui" because the speaker should be using the verb "estar"?
It's from this part of "A Noite" by Tiê: https://youtu.be/5EE-31DmLZ0?t=45s
It’s a very standard phrase in both Brazilian and European Portuguese. But your interpretation is correct in that the verb estar is implicit there. The structure of this construction is as follows:
Statement 1, e eu/tu/ele/etc. [omitted verb] Y
Y says how you are (aqui sozinha, (aqui) à tua espera) or what you are doing, using the gerund or, in European Portuguese, a + infinitive (trabalhando, dormindo, a descansar), and sets some sort of contrast with satement 1. Y often includes aqui, ali, lá, etc. Sometimes these are necessary to indicate location; sometimes they’re optional or just a filler. Examples:
Ela foi para a praia, e eu [omitted estou] aqui trabalhando.
Eu estou trabalhando, e ela [omitted está] na praia de papo para o ar.
Sometimes we can omit the verb in the first statement too:
Eu (aqui) trabalhando, e ela na praia de papo para o ar
You see which verb is omitted from context. It is usually estar, but could be andar:
Eu estou aqui a trabalhar, e ela [omitted anda] por aí na vadiagem.
Here are some quotes from a few household names in Portuguese and Brazilian literature:
O tempo a correr e eu aqui de conversa. (Josué Montello, A Noite sobre Alcântara, 1978.)
Era o que mais lhe doía. O pai fizera sela para o Imperador montar. E ele ali, naquela beira de estrada, fazendo rédea para um sujeito desconhecido. (José Lins do Rego, Fogo Morto, 1943)
Todos os hóspedes fora ou recolhidos aos seus aposentos — e ela ali, toda esbelta no peignoir emprestado de uma irmã, dispondo ramos de flores nos vasos (Emília Moncorvo Bandeira de Melo, A Luta, 1911.)
Ritinha apareceu: — Ah! Mamede... que horas! E eu aqui sem almoçar. (Coelho Neto, Turbilhão, 1906.)
Duas horas e um quarto! exclamou Taveira, que olhara o relógio. E eu aqui, empregado publico, tendo deveres para com o Estado, logo ás dez horas da manhã. (Eça de Queiroz, Os Maias, 1888.)
Se tivesse a tua vida, viveria como Noé. Mas tu estás de palanque e à fresca, e eu aqui estatelado a dar-te trela. (Júlio Diniz, As Pupilas do Senhor Reitor, 1867.)
Todos os hóspedes fora ou recolhidos aos seus aposentos - «fora ou»? Infelizmente, a única fonte desse texto que encontro tem o mesmo erro.
– ANeves
Feb 21 '16 at 16:31